sexta-feira, 2 de março de 2018

PARALISIA CEREBRAL E JOGOS DE CONSTRUÇÃO


Muita gente pensa que as pessoas com Paralisia Cerebral não podem brincar ou jogar. Mas, novamente, estão enganados. Eles podem e devem ser estimulados a realizar todas as atividades possíveis de acordo com suas possibilidades. E desde muito cedo.

O PC em questão já é um jovem. E um jovem que não foi estimulado a realizar qualquer atividade. No início, repetia o que eu mostrava.

 



Depois, aos poucos, fui mostrando a ele outros jogos. Mostrava como fazer, desmanchava e deixava que fizesse sozinho.

 


E o brilho de seus olhos valeu a espera. Brincou bastante com o "trenzinho" que montou. De repente, sentiu-se sem graça, como se fosse coisa de criança e não quis mais brincar. Respeitei esse momento. Dei um tempo, e no final do atendimento conversamos sobre o assunto. No final, sentia-se feliz novamente.

Alguns atendimentos mais tarde apresentei outro jogo. Um jogo chamado "Engenheiro", que serve para construir casas, pontes, ou outra coisa qualquer.

No início, ficou meio atrapalhado com tantas peças. Montei uma casa simples. E como anteriormente, desmanchei tudo e deixei que ele fizesse. E ele fez. Porém, num espasmo, um pequeno toque destruiu o que tinha feito. 


Ele pensou em desistir, mas logo reiniciei outra e deixei que ele fizesse o restante. E o resultado está aqui.



O que se trabalhou com estes jogos? Muita coisa. Na Coordenação Motora Fina, a preensão, a delicadeza do gesto (apesar da hipertonia (musculatura rígida) e dos espasmos), o contato com texturas diferentes e o equilíbrio. 

Nos Conteúdos: uma revisão das formas geométricas simples e sua utilidade. Na arte, a sequencia de passos, a organização do trabalho final e o desenvolvimento da criatividade. 

Mas, o mais importante, não se vê, nem se pode mostrar: a melhora da autoestima e da auto-confiança, o prazer em apresentar o trabalho para a foto, para os pais e para este blog, com a certeza de que ele está ajudando outros professores e outros pais a fazerem o mesmo com outras crianças ou jovens que, tanto quanto ele, precisam disto.