quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PARALISIA CEREBRAL E A ADIÇÃO

Tudo depende da capacidade intelectual e motora da criança ou jovem em atendimento. Alguns conteúdos escolares necessitam de processos mais longos (com mais repetições) outros menos dependendo das limitações daquele que aprende.
No caso do garoto com quem trabalho, suas respostas positivas têm sido mais rápidas que o esperado. Por isso, os avanços. Mas cada professor ou pais devem seguir de acordo com as possibilidades do seu aluno ou filho(a). O que mostro aqui são sugestões de trabalho que podem ser realizados e com sucesso. Ok? Então vamos a mais uma etapa.

OPERAÇÃO FUNDAMENTAL: ADIÇÃO


Só para lembrar o que já mostrei aqui, iniciamos com as contagens de pequenos conjuntos de quantidades para que ele contasse e identificasse o valor numérico e colasse a resposta. Para quem pegou este texto pela primeira vez, este garoto não consegue escrever. O objetivo disso era saber se ele contava corretamente.


Com respostas positivas partimos para a etapa seguinte: agrupar dois conjuntos de quantidades por meio da contagem, identificação do valor numérico e colagem do resultado. O objetivo era verificar a noção de juntar, agrupar, somar. Nem precisei explicar porque ele começou a fazer por conta própria. Trabalhamos assim por um tempo.

Como ele já tinha a noção de juntar, partimos para a etapa seguinte. A contagem usando os dedos das mãos. Mas não deu certo, porque suas dificuldades são grandes. Então, parti para outra etapa: substituir as figuras por valores numéricos. Para realizar as contagens usei um material alternativo: tampinhas de refrigerante ou de caixas de leite.

Ele preparava as quantidades, juntava, contava, identificava o valor numérico e colava o resultado. 



 

Repetimos esse processo em algumas oportunidades. 

Em seguida, trabalhamos problemas com adição. O objetivo era verificar se havia entendido a noção. Li o primeiro problema para ele porque ainda não conhece todas as letras e perguntei se ele achava que eu havia comido mais ou menos doces.

- Mais, é claro! - foi sua resposta. E aí partimos para a identificação da conta (+ e -) como opções e vocês já conhecem o restante. Fiz o mesmo com o segundo problema.


No final perguntei se ele havia gostado dos problemas. Seus olhos marejaram e ele disse que “nunca havia feito problemas na escola”. E que todos os professores e as auxiliares que ficavam a seu lado (por direito legal) achavam que “ele era burro e que não sabia de nada”. Também me emocionei, tive vontade de chorar, mas engoli e mudei de conversa. Avisei-o que, no nosso próximo encontro, haveriam outras novidades.

E dito e feito. No encontro seguinte, o último do ano, apresentei –lhe as contas na vertical. Por enquanto, só nas unidades e com resultados maiores e menores que 10.


E como na vez anterior, as tampinhas ajudaram bastante.

FORMAÇÃO DOS NÚMEROS

Em seguida, para fixar a numeração, trabalhamos a formação dos números com as duas primeiras dezenas. O objetivo é o entendimento da mudança do número na casa das dezenas. Fiz o primeiro usando um material montessoriano chamado “VISÃO DE CONJUNTO”. 

Depois fez o restante com um pouco de ajuda, principalmente, quando entrou a segunda dezena. Mas, com certeza, logo chegará lá.

Agora ele está em férias. Assim que voltarmos aos trabalhos, continuaremos experimentando novas formas de trabalho. 

AGUARDEM!