sábado, 17 de dezembro de 2016

PARALISIA CEREBRAL E A MATEMÁTICA (II)

Na postagem anterior, vimos que a paralisia cerebral pode impedir os movimentos, mas não impede a criança ou jovem de aprender, mesmo que seja, aquilo que é básico, ou o mínimo como se costuma dizer. O importante é que essa criança ou jovem tenha a oportunidade de aprender de acordo com suas possibilidades.


Paramos na apresentação da segunda série numérica, ou seja, do 20 ao 29. Dessa forma, apresento a mesma série, com o objetivo de retomar o assunto e fixá-la na memória. 

Após a leitura dos numerais de 20 a 29, lembro que 2 saquinhos de tampinha formam o 20. E sigo acrescentando uma unidade até que se completem 29, para que ele tenha noção da quantidade que acabou de ler. Em seguida, começamos os exercícios no caderno.


VIZINHOS DO NÚMERO 

Neste exercício, uniremos dois exercícios já feitos anteriormente: encontrar o que vem “antes” e o que vem “depois”, mas em um só exercício. Antes converso com ele sobre os vizinhos de sua casa e objetos que estão próximos a nós, como forma de tornar a teoria o mais concreto possível. Entendido o termo “vizinho”, vamos ao exercício. Como é novidade para ele, permite que se oriente olhando a série que está sendo estudada. 

E espalhando os numerais sobre a mesa, ele escolhe apontando os números e depois cola-os no lugar correto.

NOÇÃO DE NÚMERO MAIOR

Preparando o assunto que vem a seguir, trabalho com ele o número maior e para que entenda, voltamos com as tampinhas. Mostro duas quantidades quaisquer e pergunto: Qual delas tem mais tampinhas? E ele aponta. Pergunto por que ele escolheu aquela quantidade? E ele responde: porque tem mais. Elogio e digo: Quem tem mais é “maior”. Pergunto novamente: E quem tem menos? Ele aponta e diz: Quem tem menos é menor. Elogio seu raciocínio.

Mostro o exercício e peço que faça uma marca no maior.

E depois de marcado elogio novamente.


ORDEM CRESCENTE

O primeiro passo é fazê-lo entender o que quero. Mostro a ele uma torre de poucas peças. Ela tem a forma quadrada. E peço que ele a monte. Em quanto isso, pergunto se quando ele era bem pequeno, bebê ainda, se ele tinha o tamanho que tem hoje?
Ele riu e disse que não, que ele era pequeno. Insisto e pergunto: E por que você está do tamanho que tem hoje? Ele ri novamente e responde: - porque eu cresci. Estava aí, a palavra que eu queria ouvir.

Retomo então a questão: Então, começamos pequenos e terminamos grandes. E peço que arrume sobre a mesa, começando do pequeno para o grande.



Depois de pronta, digo: quando colocamos os objetos numa ordem que vai do pequeno para o grande, como você fez aqui, dizemos que essa arrumação está em “ORDEM CRESCENTE”, porque cada peça fica um pouco maior do que a que vem antes dela. Então, vai do pequeno para o grande.Como segundo passo, colar peças na ordem crescente.

  

O resultado final foi este:

Feito isso, mostro alguns numerais, todos fora de ordem e digo a ele que se podemos colocar objetos na ordem crescente, também podemos colocar os numerais. E peço que ele cole os numerais também na ordem crescente. E vejam como ele fez direitinho.

Aguardem novas postagens sobre o assunto.