quarta-feira, 20 de julho de 2016

SOBRE DISGRAFIA

DISGRAFIA é a letra “feia”, irregular e ilegível. As letras saem ora grandes, ora pequenas na mesma palavra, com agrupamentos de letras sem que se possa distinguir quais são e misturam maiúsculas e minúsculas numa mesma palavra.



O traço pode ser tão forte que deixam marcas na folha ou tão fraco, que parece que não há nada escrito. Geralmente, não respeitam as margens ou não usam a linha como orientador. Param bem antes do final da linha ou amontoam várias letras no final dela. Alguns disgráficos deixam um espaço muito grande entre as palavras ou emendam uma na outra como se fossem uma só palavra. Podem escrever palavras faltando sílabas, pará-las no meio ou acrescentar sílabas desnecessárias. Por isso, muitos autores insistem em dizer que a disgrafia decorre de um comprometimento intelectual denominado “disortografia”. Mas, sabe-se também que a disgrafia pode aparecer em aprendizes que não possuem esse comprometimento.

Muitas retocam as letras com várias passadas do lápis, as letras mais alongadas como o b, d, f, g, h, k, l e t tem suas hastes encurtadas, malfeitas dando a impressão de que estão atrofiadas; invertem a ordem do traçado dessas letras e números com movimentos contrários ao natura da escrita.

Os disgráficos são crianças que escrevem de forma lenta. E essa lentidão é devido ao tempo que gasta tentando lembrar como é a forma ou o traçado das letras que pretende usar. E, nessa tentativa de lembranças, acaba tornando-a numa escrita ilegível, porque usa uma forma inadequada de escrita. O que pode levar a confundir com “dislexia”.

Estas características não são isoladas, mas aparecem num conjunto. Pode acontecer que um ou outro item não entre nesse conjunto. Por isso, podemos dizer que variam de um disgráfico para outro.

TIPOS DE DISGRAFIA

As causas da disgrafia podem ser: motora ou de percepção.



A DISGRAFIA MOTORA (também chamada de “discaligrafia”) ocorre quando a criança fala e lê bem, mas encontra dificuldade na coordenação motora fina para escrever as letras, números, palavras ou frases. Em outras palavras, o disgráfico vêm a figura gráfica e a reconhecem, mas não conseguem realizar os movimentos da escrita de forma adequada. Neste caso, isto acontece por um problema neuromuscular.



Na DISGRAFIA PERCEPTIVA, a pessoa não consegue relacionar o que ouvem (som das letras, sílabas, palavras, frases) com a grafia que os representa. As disgrafias perceptivas são, na maioria dos casos, confundidos com “disléxia”. E, neste caso, elas acontecem por um distúrbio perceptivo.

Muitos professores ao verificar que um aprendiz tem letra feia, logo pede para fazer caligrafia. O caderno de caligrafia não resolverá o problema neuromotor, nem o problema de percepção. 

A primeira providência de pais e professores é encaminhar o aprendiz para um psicopedagogo. O tratamento requer uma estimulação linguística global, atendimento individualizado e complementar ao trabalho escolar. Também faz parte desse trabalho, a conscientização do problema que o aprendiz possui.

Pais e professores não devem criticar ou repreender o aprendiz por causa de sua letra, mas reforçar, de forma positiva, cada conquista que realizada. As avaliações devem priorizar a expressão oral, evitando assim a forma escrita. Ao corrigir tarefas, livros, cadernos, trabalhos e provas, o professor deverá evitar marcar os erros com canetas vermelhas.