segunda-feira, 27 de abril de 2015

O PODER DAS MÃOS


Os poetas sempre enalteceram as mãos. Elas apertam num cumprimentam, enxugam lágrimas, apontam caminhos e ajudam na caminhada, oferecem flores e acariciam, procuram, embalam e carregam objetos dos mais variados, acenam, protegem, oram e abençoam. Mas também delatam, agridem, ferem e matam. Tantas são as funções das mãos que mal podemos enumerá-las. Fisiologicamente, as mãos não têm todo esse glamour poético, pois não passam de ferramentas do corpo.

Cada uma das mãos possui 28 pequenos ossos alongados e de tamanhos diferentes, mais de 60 músculos pequenos, com funções diferentes e que permitem todos os movimentos. Além disso, possui inúmeras articulações, tendões e nervos, veias, artérias e milhões de capilares sanguíneos. Recobrindo tudo está a pele com suas camadas profundas, medianas e superficiais.

As mãos são ferramentas muito versáteis e estão adaptadas para exercer inúmeras funções: comunicar, expressar, apalpar, manipular objetos de diferentes formas, tamanhos, texturas, consistência e pesos, além da função de percussão (bater palmas, por exemplo). Mas dependem da estrutura da palma e dos dedos.


Cada dedo se move de maneira independente, individual e tem funções específicas. O polegar é o dedo mais importante. Essa importância equivale à metade do valor total da mão. Mas, depende da capacidade da força e mobilidade óssea e dos músculos que fazem esse dedo a assumir uma posição de oposição aos outros dedos e à palma da mão. O dedo polegar é o responsável pela preensão digital e do controle da resistência do objeto e dos outros dedos.

O dedo indicador é o segundo em importância e se deve pela capacidade de abdução (afastar-se lateralmente dos demais dedos). Juntamente com o polegar fazem um movimento de pinça (preensão) de precisão. É também um dedo de muita força.
O dedo médio também faz pinça de precisão com o polegar. Flexionado tem a mais força que o indicador.

A principal função do dedo anular é atuar na preensão palmar (da palma da mão) e está vinculado ao dedo mínimo. Este, por sua vez, por ser o menor dos dedos e ter menor mobilidade nas articulações possui a menor força.

As mãos possuem outra função especial: a sensorial. Começa com os receptores sensoriais presentes nas terminações nervosas presente na camada superficial da pele que recobre as mãos, a transmissão delas ao Sistema Nervoso Central (SNC) que os envia ao cérebro onde são decodificadas, analisadas, compreendidas e enviadas as respostas motoras ou arquivadas na memória por minutos, semanas ou anos.

Os arquivos de memória são importantes porque auxiliam na emissão de comportamentos ou geram estímulos semelhantes. Exemplo disso, é quando encostamos a mão numa panela quente e queimamos a mão, não repetimos esse procedimento sem um mínimo de cautela. Isto acontece porque o arquivo da dor da queimadura que estava armazenado volta à lembrança. É o chamado emissão de comportamentos. Da mesma, o estímulo da dor aparece quando o objeto é outro como o ferro de passar, a chapa do fogão, o maçarico etc.


Embora a pele das mãos não consiga determinar com exatidão a intensidade, o grau de vibração e a localização de um objeto, é exímia nas sensações de dor, temperatura e pressão. Ainda assim podemos encontrar um objeto no escuro ou de olhos fechados por meio das sensações táteis e de suas manobras de manipulação e apalpação dos objetos. Por isso, as mãos são conhecidas como “os olhos dos cegos”.