quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

OS PÉS E A POSTURA

SISTEMA MOTOR




Muitos problemas estão relacionados com os pés. Problemas que possuem causas diversas e que podem ser classificados em leves, moderados e graves.

Os problemas classificados como “leves” são de fácil solução e ocorrem por causa de posturas e costumes errôneos. Mas, como ninguém percebe ou acham que é normal, essa postura ou costume se transforma num hábito. Um hábito que perdura durante boa parte da vida. E quando começam a se preocupar, as dores já chegaram. E a recuperação nem sempre é rápida.

Convido você a fazer um teste. Caminhe normalmente por alguns minutos, pare e olhe para seus pés. Observe como estão posicionados: retos para a frente? Pontas abertas e calcanhares próximos? Ou calcanhares afastados e pontas mais juntas?

O correto é parar com os pés voltados para a frente. Quando as pontas dos pés se abrem (na posição “dez para as duas”) ou ficam viradas para dentro o hábito postural está instalado. Agora um desafio: andar por alguns minutos nessas posições e observar o que sente em cada posição.

A primeira foi mais fácil, não é? Por isso, uma grande parte da população anda desse jeito. A outra, uma população menor. Há ainda os que assumem uma postura mista, ou seja, um pé reto e o outro, para fora ou para dentro. Porém, todas estas posturas forçam os calcanhares a ficarem mais separados ou mais juntos, contrariando a postura corporal e causa prejuízos para os ossos, músculos, tendões e articulação dos tornozelos, joelhos e da bacia. Isto porque forçam uma torção desnecessária. Com a continuidade do hábito e o passar do tempo, os ossos se desagastam com mais facilidade, a musculatura enrijece e os tendões ficam flácidos. Tornozelos e joelhos são obrigados a desempenhar a sua função com maior dificuldade. Os ossos presos à bacia saem do seu eixo normal e pressionam a coluna vertebral. É quando aparecem as dores nas pernas, nos joelhos e na coluna. E a recuperação é, quase sempre, cirúrgica.

obs: É normal o distanciamento dos pés nos primeiros anos de vida e quando as crianças estão iniciando a marcha, para que possam manter o equilíbrio. Mas, aos 3 ou 4 anos, quando já caminham bem, é melhor procurar um ortopedista.

Agora, observe a sola dos seus sapatos e observe como ela se desgasta com o uso. O normal é que o desgaste do salto para a ponta seja uniforme.


Algumas pessoas gastam mais o solado do lado externo ou interno do sapato dos dois pés ou de um só pé. Isto significa que essa pessoa faz uma torção do pé para esse lado. Geralmente, uma torção do calcanhar. E causa o mesmo tipo de prejuízos descritos acima. Inflamação, inchaço e dormência nos tornozelos também são comuns. E na medida em que a idade avança as quedas são mais frequentes.

A vaidade feminina é outra causa importantíssima. Toda mulher gosta de estar elegantemente vestida. E para acompanhar e completar o vestuário não podem faltar os sapatos de salto. E os fabricantes tem feito sapatos com os saltos cada vez mais altos. Apesar da elegância são grandes vilões para pés e pernas. Isto porque todo o peso do corpo recai sobre um conjunto de ossinhos aos quais os ossos que formam os dedos se prendem. Por isso, as dores nos pés e na panturrilha são comuns.

Obs: As crianças crescem muito rápido e, muitas vezes, usam sapatos ou tênis apertados porque não sabem explicar o que está acontecendo.

Falando em dores nos pés, sapatos de solados duros, tensão exercida por saltos muito altos podem provocar uma inflamação na “fascite plantar” (musculatura que forma a sola do pé). É inflamação dolorosa que impede o sujeito de andar e atinge homens e mulheres em qualquer idade. O tratamento é longo, medicamentoso e fisioterapêutico.

Sapatos e tênis apertados na ponta e o uso prolongado desses calçados podem causar pequenas deformações nos dedos dos pés.  A mais comuns é o acavalamento do terceiro dedo sobre o segundo por falta de espaço. 

Portanto, a boa saúde inclui a observação da estética e posicionamento de nossos pés. Observar a forma como as crianças pisam é importante, fácil de corrigir e evita problemas mais sérios.