quinta-feira, 7 de novembro de 2013

RESPOSTA A UMA MÃE PREOCUPADA

Peço que me perdoem por estar interrompendo o fluxo dos temas que vínhamos tratando para mudar radicalmente o assunto. Faço essa interrupção para responder a uma sugestão, por entender que, a preocupação de uma mãe pode ser a mesma de outras tantas que vivenciam o problema das convulsões em seus filhos.

CONVULSÃO


Para que o cérebro funcione é preciso que os neurônios recebam informações. Essas informações entram pelos dendritos e são transformadas em impulsos elétricos. Esses impulsos correm por dentro do neurônio de uma ponta a outra, onde esses impulsos são transformados novamente em impulsos químicos e lançados num pequeno espaço entre um neurônio e outro, chamado de “espaço sináptico”. Os impulsos são captados pelos dendritos do neurônio mais próximo e tudo recomeça. É, desta forma, que as informações passam de um neurônio para outro, de uma área cerebral para outra e de um hemisfério cerebral para outro.


Algumas vezes, a produção de impulsos elétricos é excessiva e desorganizada. Para que se tenha uma ideia do que ocorre com o neurônio diante de uma grande produção de impulsos elétricos, imagine a caixa de força de sua casa. O que ela faz quando recebe um aumento na carga elétrica? Desliga a chave geral, não é mesmo? Ela faz isto, para não entrar em curto-circuito e queimar os aparelhos elétricos de sua casa. Ou seja, desliga para não causar um dano maior, como por exemplo, um incêndio. O mesmo acontece com os neurônios cerebrais. Eles “apagam” para não causarem danos ao cérebro. Outros neurônios que estão por perto fazem o mesmo.

E assim como a falta de luz é um incômodo causado pelo desligar da chave geral da casa. Não podemos ligar o chuveiro, o micro-ondas, a televisão, perdemos os programas favoritos, como efeitos da falta de luz. Com o cérebro acontece o mesmo. Ele também sofre com a falta de informações e de oxigênio. E não pode trabalhar direito na área do “apagão”. Um apagão que dura alguns segundos, mas que causa transtornos para o sujeito e preocupa sua família.
Os efeitos podem aparecer em apenas um lado do corpo (convulsão do tipo parcial ou focal) ou no corpo todo (convulsão generalizada). Mas, também pode ter apenas uma perda de consciência, como se fosse um desmaio. Relatar estas observações é importante para um diagnóstico mais rápido.

As convulsões parciais podem causar (ou não), a perda da consciência, o comprometimento das sensações dos órgãos dos sentidos ou provocar delírios, vertigens e alucinações. Mas, quase sempre os sintomas são leves.

Já nas convulsões generalizadas, dependendo da área cerebral atingida pelo “apagão” dos neurônios, o corpo se mostra alguns efeitos desagradáveis, como por exemplo, a contração dos músculos do corpo todo ou de uma parte dele, espumar pela boca, entornar mãos e pés e a perda da consciência. Todos estes efeitos são involuntários, ou seja, a pessoa não comanda a sua vontade.

Existem pessoas mais predispostas ás convulsões que outras. No grupo das convulsões generalizadas dois tipos são os mais frequentes: as crises de ausência (chamada de “pequeno mal”) e a epilepsia (chamada de tônico-clônica ou “grande mal”).

Na crise de ausência as pessoas ficam com um olhar vago, não atendem quando chamadas e podem (ou não) fazer ruídos com a boca. Quando despertam podem piscar repetidamente ou apresentar um tremor labial. As crises são rápidas com duração de um ou dois segundos e, muitas vezes não se dão conta disso.


Nas convulsões tônico-clônicas, a perda da consciência é rápida e sem aviso prévio, os músculos dos braços, pernas e tronco endurecem (contração) e se estendem, o rosto fica pálido ou azulado, salivam muito e parecer com uma espuma. Os olhos e boca podem ficar fechados ou abertos. Podem ainda morde a língua, fazendo-a sangrar. O corpo apresenta um tremor contínuo, ritmado, repetitivo e de difícil controle. A duração destas crises são de alguns segundos. Marcar o tempo em que a pessoa ficou inconsciente e detalhar os efeitos é importante para um diagnóstico mais preciso.

 


É importante lembrar que, embora as convulsões possam apresentar sintomas semelhantes aos da epilepsia, convulsão é uma coisa e epilepsia é outra bem diferente.


Causas, cuidados, diagnóstico e tratamento será o assunto da próxima postagem.

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