quarta-feira, 5 de junho de 2013

CONTANDO HISTÓRIAS ORAIS

A maioria dos deficientes intelectuais possuem muita dificuldade em inventar e/ou contar histórias. Isto porque não foram estimuladas desde pequenas. 

Não é culpa dos pais. Eles tem tanto o que fazer para atender as necessidades da criança (levar aos terapeutas, cuidar das necessidades pessoais da criança, alimentar, vestir, banhar) , as suas próprias, as da casa e as do  trabalho fora de casa que, quando sobra um tempinho, o que querem mesmo é descansar. 

Por isso,  quando chegam a terapia psicopedagógica precisam ser estimuladas. Começo pela formação de frases, com figuras isoladas, para que a criança comece a desenvolver pensamentos sobre algo, além de fazer com que utilize as sílabas aprendidas e outras para ir intuindo, conhecendo a sequência das letras na palavra e  a grafia, do jeito que expliquei na postagem anterior sobre este assunto.

Enquanto isso, vou trabalhando oralmente as figuras dos próprios exercícios.
 
exercício  de leitura e rastreamento

 
figura de apresentação de uma nova letra ou de uma outra figura
 trabalhada em outra disciplina (no caso, em ciências)


Com essas figuras sempre pergunto: "O que ela vê na figura?" (para ampliar o vocabulário, verificar se há algo que ela não conheça e explicar ou nomear). Depois de trabalhar bastante, acrescento uma nova pergunta: "O que o personagem está fazendo?  Trabalho mais algum tempo as duas perguntas e proponho outras, uma de cada vez e sem esquecer as demais, como por exemplo: "Por que ele está fazendo isso?", "o que aconteceu durante a ... (situação da figura ou da ideia apresentada pela criança), "e como termina a história"? E assim, ela vai respondendo e criando sua história oral. Uma história pequena, é verdade, mas sempre uma história.

Mais tarde, apresento uma sequência de figuras que contam uma história. Este é apenas um exemplo:
  
Apresento fora de ordem e com o avesso para cima. A criança vira a figura, coloca em ordem e conta oralmente o que acontece em cada uma delas. Geralmente, elas contam apenas o que estão vendo.

Trabalho várias histórias deste jeito. Neste caso, não faço pergunta alguma. Apenas ouço. Quando a criança está bem firme, peço que ela conte para o pai ou a mãe (ou ambos) que a está acompanhando. E as crianças se sentem muito importante e os pais constatam seus progressos. 

Evidentemente, em algumas ocasiões, posso pedir que escreva uma das frases ditas. Neste caso, ela escolhe o quadro do qual ela escreverá a frase. E assim, vou trabalhando até que possa passar para outra etapa.