quinta-feira, 16 de maio de 2013

ENSINANDO A FORMAR FRASES

Uma das tarefas mais complicadas para os deficientes é a formação de frases. Difícil porque eles não compreendem o significado dos termos "formar" e "frase". Por mais que se explique são termos abstratos demais para seu entendimento.

Como ensinar um deficiente a formar uma frase?


Para que isto aconteça é preciso que se conscientizem de que podem escrever tudo o que pensam. E eles pensam, sim. E também conhecem uma porção de coisas que acreditamos que desconheçam. Isto porque temos ideias ultrapassadas, preconceituosas e crenças em  mitos com relação ao pensamento dos deficientes intelectuais. 

Assim, em vez de dizer a eles "forme uma frase com a palavra X"  diga "O que você pensa sobre X". A criança com deficiência intelectual deverá dizer a frase oralmente para que possamos auxiliar na escrita. 

A nota é boa.
O nenê é bom.
A Naná é feliz.
Eu gosto da nuvem.

Como toda criança no inicio da alfabetização, as primeiras frases são do tipo : "A boneca é bonita", ou "A maçã é gostosa". Estas frases devem se aceitas sim, mas só no começo da aprendizagem. Isto porque toda criança reafirma algo que experimentou e foi aceito como correto. 

Porém, se ela continuar formando este tipo de frase é preciso mostrar que existem outras formas, porque a escrita exige mais que uma forma padrão. Exige variedade  e, portanto, mais criatividade. E dentro de suas limitações, elas podem aprender a serem mais criativas, sim. 

Para isso, reformule o pedido de tempos em tempos. como "O que você acha da (figura, bicho ou palavra) X.""Como a (o) menina (o) está vestida (o)", "O que aconteceu com o(a) menino(a)"? ou "Onde a criança (ou o bicho) vai"?, ou ainda, "Como o menino está se sentindo diante de uma determinada situação"?  E, com os progressos que forem surgindo, de uma frase para outra.

A pipoca é gostosa.
A bola é da menina.
No bule tem café.
A caneta escreve.

Algumas vezes, incoerências podem aparecer como na frase: "O navio entrou no hotel". Claro que está frase tem algo incoerente. Neste caso, pergunte se ela sabe o que é hotel, se já viu um navio e, se não souber, explique. Pode ser falta de conhecimento anterior. Pergunte, ainda, se ela acha que está correta a forma como pensou. E permita que ela possa corrigir sua frase e dê tempo para que o faça. Caso não consiga, ajude-a sugerindo algumas formas mais correta e deixe que ela faça a escolha. Por fim, auxilie o registro deste novo pensamento.

A ave voa no céu.
Maria pintou o desenho com o pincel.

A criança que pensou estas frases tem  diagnóstico de limítrofe.  São frases simples, dentro do  que está aprendendo e  de acordo com sua capacidade.   Pouco a pouco, noto seus progressos.  E, se ela consegue, outros também podem. Tudo depende do conhecimento que se tem da criança e da forma como se propõe a atividade.