quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O DESENHO LIVRE


Qualquer forma artística é experiência. E sem experiências, não existe nenhuma forma de arte. E sendo experiência é pessoal.Desenhar é trabalho, pois faz a construção de si mesmo, é vontade , é interesse, é comunicação, é expressão e esforço.  E isto, também é experiência. 

O desenho infantil traduz toda a riqueza de experiências pessoais. Ele se transforma a medida que a criança cresce e observa o mundo. Mesmo sem saber falar, a criança manifesta seus desejos, intenções e experiências através de seus rabiscos, da forma girino de desenhar a figura humana, da presença dos objetos que gosta e que lhes são importantes, das pessoas que admira, dos amigos, etc. E para mostrar toda essa riqueza, o desenho precisa ser estimulado e ser livre. Se não for dessa forma, cria bloqueios. 

O desenho só traduz a experiência infantil se ele for livre.

Muitos pais e professores acreditam que o desenho é livre se a criança fizer sozinha. Mas, esquecem que sugerem o tema, palpitam sobre o que devem desenhar, onde colocar esta ou aquela figura, mostram ou palpitam sobre as cores, etc. E, neste caso, o desenho deixa de a experiencia infantil para ser a experiência dos adultos.

O desenho livre é aquele em a criança decide tudo: a forma, o que colocar, as cores que dão o colorido. O desenho livre é o resultado do encontro com o si mesmo, com suas lembranças, com seus conhecimentos e saberes, de suas ideias e das imagens que formou, Não ficou bonito? Não tem importância. Com o tempo, treino e estímulo, tudo melhora.

Fonte:
apontamentos de aula sobre o Desenho Infantil (ARTE-TERAPIA).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

COORDENAÇÃO VISO-MOTORA


Chegamos ao último pré-requisito para que a criança se alfabetize. Sem a lateralidade definida, sem a estruturação temporal e espacial, sem o esquema corporal e sem a coordenação viso-motora prontos e amadurecidos, a criança encontra muitas dificuldades na escola;

Mas, o que é a coordenação viso-motora? 

Basicamente, é o deslocamento dos olhos ao longo da linha, uma habilidade que ajuda a criança a ler e a escrever com exatidão. Para isso. é preciso que a criança tenha uma visão binocular.

Visão binocular é fazer os dois olhos se fixarem num único ponto. Isto porque, cada olho observa a mesma imagem do seu jeito. A visão binocular reúne essas imagens numa só.
Este tipo de visão é importante porque qualquer desvio pode trazer problemas para as aprendizagens já que enxergam as letras e números ficam tremidos e confusos. 

"No início da alfabetização a criança move os olhos de forma desordenada ou em qualquer direção", diz MORAIS (1997). 

"Os olhos devem mover-se em todas as direções; vertical, horizontal, diagonal e em círculos para depois, perceberem as linhas horizontais, verticais, diagonais e circulares. Desta forma, a percepção de figuras, de letras, palavras e frases é mais exata e efetiva", diz SIMPSON (1973, apud Morais).

Em nosso sistema de leitura e escrita os olhos devem mover-se da esquerda para a direita. Para ler os olhos devem saltar palavras até chegar ao final da linha, com paradas (pontos de fixação) de curta duração entre um salto e outro. Esses saltos podem ser curtos (no inicio da alfabetização) e mais longos ( quando se instala a habilidade leitora) No começo da alfabetização as "paradas"  e as "regressões" (fazer os olhos percorrerem a linha no sentido contrário da leitura) possuem um número mais elevado do que quando já domina a leitura. isto ocorre por conta de uma dificuldade em identificar as palavras  ou por não estarem familiarizadas com os textos escritos ( MORAIS, 1997), tornando a leitura lenta, silabada, com inversões, omissões e acréscimos de letras, sílabas ou de palavras ou ainda, pulam palavras ou mudam de linha.


Para saber se a criança já adquiriu esta habilidade e coordenação é só observar se ela olha para o que faz.


fonte

MORAIS, Antonio M.P. "Distúrbios da Aprendizagem". Edicon, SP, 1997