sábado, 1 de outubro de 2011

O CÉREBRO E A LINGUAGEM



Nas reuniões de Pais e Mestres é muito comum ouvirmos as professoras falarem aos  pais que seus filhos não tiraram uma boa nota porque não sabem interpretar um texto de leitura ou o enunciado de um problema de matemática.

Por acaso alguém já se perguntou por que isto acontece?

O trabalho do nosso cérebro é muito complexo. E sempre há estudiosos que o vasculham procurando saber onde funciona isto ou aquilo. Assim foi com a linguagem. Intrigados com o falar e compreender o que foi dito, começaram as pesquisas.

Uns acreditavam que nascíamos com um dom para falar e compreender. Outros acreditavam  que aprendíamos porque convivíamos com outras pessoas. Outros  ainda, que fazia parte do nosso desenvolvimento.

Em 1861, o cientista francês Paul Broca, descobriu que uma área especial do cérebro, localizada no hemisfério esquerdo, era responsável pelo processamento da linguagem, produção da fala. Ele acreditava que essa área cerebral também fosse responsável pela compreensão. Essa região ficou conhecida como Área de Broca,

Anos mais tarde, o neurologista e psiquiatra alemão Karl Wernicke descobriu que uma  outra região cerebral era responsável pelo conhecimento, interpretação e associação das informações referentes a linguagem. E passou a ser chamada de Área de Wernicke.

Estas duas áreas trabalham em conjunto. Se uma ou outra não funciona bem, traz problemas para os sujeitos. Mas estes, são problemas graves por serem neurológicos.

Mas, há outros “probleminhas” menos sérios, como a falta de atenção, a privação cultural, a falta de estímulo á leitura, a falta de uma linguagem adequada ao nível da idade e compreensão da criança e a superproteção (que as faz gostar de facilidades) podem prejudicar o desenvolvimento dessas áreas e criar problemas na escola.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O ESQUEMA CORPORAL




O esquema corporal é outro pré-requisito para a aprendizagem da leitura, da escrita e dos cálculos. Não se trata apenas de nomear as partes do corpo ou de saber e apontar essas partes. Mas, de um conceito aprendido ao longo do desenvolvimento do corpo. Por isso, é um conceito que a criança aprende sem que ninguém possa ensinar.

Ao nascer, as crianças trazem consigo uma predisposição para sensações e percepção internas do próprio corpo (proprioceptivas). Predisposição porque ainda não se desenvolveram. Á medida que a criança cresce, aprende a manipular os objetos e, um pouco mais tarde aprende a brincar. Em ambos os casos, as crianças fazem movimentos e são esses movimentos que vão criando e organizando a imagem de corpo.

 Como tudo no desenvolvimento da criança, a imagem de corpo é adquirida através de um processo. E como tal, passa por 3 fases de longa duração.

1ª fase: O CORPO VIVIDO
Esta fase vai de 0 a 3 anos. A criança vive o corpo intensamente e adquire as primeiras experiências corporais. É a fase em que a criança vive em constante movimentação e faz com que as experiências motoras se ampliem através da investigação e exploração do ambiente. Mas, esses movimentos ainda não são automáticos, nem pensados. Os benefícios que eles trazem é uma certa autonomia, a formação da memória de corpo e o inicio da formação da imagem de corpo no final desta etapa.

2ª fase: O CORPO PERCEBIDO OU DESCOBERTO.

Esta fase vai dos 3 aos 7 anos. É uma fase de ajustamento, de maturação das funções interiorizadas e de tomada de  consciência do corpo. Ela já nomeia e aponta suas partes. Mas, o crescimento físico e o desenvolvimento da inteligência promovem novos ajustes. Os movimentos transformam-se em automáticos e há um certo controle e determinação, promovidos pela vontade da criança. A prática os aperfeiçoa,  tornando-se capaz de se movimentar de acordo com o tipo de espaço que encontra. Também percebe que pode posicionar o corpo de outras formas e as associa com os objetos do cotidiano.

Nesta fase, a criança descobre a lateralidade e o eixo corporal. O corpo passa a ser seu ponto de referência no espaço, ou seja, o ponto que ela leva em consideração para estabelecer uma relação com os objetos. Com estas descobertas aprende  uma série de conceitos espaciais (como os de longe, perto, na frente, atrás, entre etc) e de conceitos temporais (como os de ontem, hoje e amanhã, antes e depois). Estes conceitos preparam  para o comportamento pré-operatório.

3ª fase:  O CORPO REPRESENTADO

Vai dos 7 aos 12 anos. O movimentos estão cada vez mais automáticos, controlados pela vontade e por interesses particulares. A imagem de corpo se amplia com a noção do todo e das partes. podendo verbalizar ou desenhar um corpo completo, porém estáticos. Com isto, o esquema corporal se amplia e sua atenção se volta para os detalhes. A partir dos 10 anos, atinge o auge do desenvolvimento do esquema corporal para essa idade. Logo mais, novas alterações físicas farão a criança rever esse esquema corporal devido a entrada da puberdade e da adolescência.

(continua)
Fontes:
BRIKMANN. A Linguagem Do Movimento Corporal. Summus, 2003
MEUR E STAES.Psicomotricidade: Educação e Reeducação, Manole, 1991
RAPPAPORT AT COL, A Idade Pré-escolar, EPU, 2000