sábado, 3 de setembro de 2011

SINDROME DE RETT



A SINDROME DE RETT é mais uma das anomalias genéticas. Ocorre por uma desorganização neurológica. Essa desordem compromete as funções  motoras, intelectuais e apresenta distúrbios de comportamento e dependência. Esta síndrome só atinge as  meninas. Muito raramente podem aparecer em meninos.

CARACTERÍSTICAS:
As meninas apresentam um desenvolvimento normal até os 6 ou 12 meses. A partir de então, podem ser notados os primeiros sintomas. Esses sintomas são lentos e progressivos. O mais evidente é mudança no desenvolvimento. As meninas parecem regredir em suas conquistas motoras, aparecendo alguns movimentos confusos ou desordenados. Pouco depois aparecem algumas esteriotipias como o bater de mãos, apertos ou contorções das mesmas, bater palmas, levar as mãos à boca, lavá-las ou esfregá-las constantemente. A criança vai se tornando mais lenta, com dificuldades em manipular os objetos e brinquedos até que não saiba mais como dar respostas motoras e brincar pela perda das habilidades manuais.

O crânio pára de crescer dando origem a uma microcefalia adquirida (ou seja, não há problema genético para a microcefalia).

As crianças com esta síndrome são diagnosticadas tardiamente. Após o nascimento, são consideradas “normais” porque  não apresentam os sintomas. Depois, quando aparecem, são confundidas com a Síndrome de Angelman, com a paralisia cerebral ou com o autismo.

Somente quando são percebidos os desvios de conduta (hipotonia, discretos atrasos motores e a ausência do crescimento cefálico) é que se levanta a suspeita da Síndrome de Rett e, isto, pode acontecer por volta do 3º ao 5º ano de vida. Nestes casos, os comprometimentos já são graves tanto na aquisição da linguagem ( expressiva e receptiva) como no uso da capacidade de usar as mãos (embora não se tem verificado uma perda total dessa capacidade).

Pouco a pouco, a criança apresenta isolamento social, estagnação no desenvolvimento motor e retardo mental. Se forem precocemente diagnosticadas podem sentar-se sem apoio, ficar em pé e andar com base alargada para manter o equilíbrio, graças ao trabalho de reabilitação realizado por um grupo multidisciplinar formado por nutricionistas, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogos e psicólogos.

Os danos do desenvolvimento intelectual são gravíssimos. Estima-se que uma criança com a Síndrome de Rett em idade escolar (7 anos) tenha uma mentalidade de 1 ou 2 anos.

Os problemas físicos também estão comprometidos. As meninas com S, de Rett são muito magras (muito abaixo do que se espera para sua idade e estatura) devido a perda de apetite, por razoes que ainda ignoradas.

Nas formas atípicas da Síndrome, os sintomas são menos definidos, ou seja, o desenvolvimento é feito por estagnações (paradas) temporárias.   Mas, conservam as esteriotipias. Há melhorias nas condições motoras devido a reabilitação, porém, as funções motoras mais sofisticadas ficam comprometidas.

Embora tenham e mantenham o contato visual em nível de excelência há uma dificuldade perceptiva que torna suas ações bastante lentas e com problemas em olhar o que está fazendo. Ao olhar para um objeto, as mãos ficam incapacitadas de pegá-lo. A linguagem também fica bastante comprometida.

Outras, podem apresentar problemas motores tardiamente (na puberdade) ou não desenvolvê-los. As alterações nos movimentos podem ser espasticas ou rígidas, com inabilidade em todos os membros ou em apenas dois (só braços ou pernas ou num braço e uma perna).

Fonte: www.unifesp.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O DESENHO E O EIXO AFETIVO-EMOCIONAL

O eixo afetivo emocional mostra como as crianças se sentem sobre diversas coisas.  Mas antes, é preciso explicar certas coisas que nos fazem compreender como tudo funciona.

Violet Oaklander(1980) diz que as crianças colocam em suas produções a sua maneira de ver e de sentir as coisas. Carl Gustav Jung (2001) afirma que as produções gráficas (desenhos ou outro recurso artístico qualquer) vêm carregado de imagens mentais originadas nas manipulações e explorações dos objetos e do ambiente que, ao serem assimiladas, estavam carregadas de sensações e emoções que se fixaram nas estruturas cognitivas.

Os dois autores ainda afirmam que as crianças só produzirão, se estiverem envolvidas emocionalmente. A surpresa, o humor, a novidade de um assunto são desencadeadores de emoções, portanto, facilitadores da aprendizagem e da armazenagem das informações.


O medo de constantes repreensões mexe com suas fantasias, faz com que se sintam numa situação de perigo (real ou imaginado) onde aumentando o stress, o que atrapalha a atenção e a concentração provocando uma armazenagem de informações fragmentadas. E em sua produção, a criança sempre expressará esse estado emocional. Portanto, o equilíbrio emocional depende da maneira como a criança lida com suas emoções: se as controla, se as inibe ou se deixa se conduzir por elas.


Muito do que a criança sente, deseja ou necessita pode ser transmitido a alguém por meio de palavras, gestos, escritos etc. Mas, há certos pensamentos, sentimentos, fantasias e conflitos que afetam o equilíbrio infantil e não podem ser ditos com palavras. As palavras, muitas vezes, tornam-se limitadas, apesar de todas as possibilidades que a linguagem possui.
Para Arno Stern a expressão gráfica é a única forma capaz de trazer à tona as questões inconscientes, transformando-as em símbolos, cuja representação, cor, tamanho e localização espacial transmitem uma mensagem ditada por essas inquietações e com regras próprias.
Segundo Arno Stern, os símbolos são imagens de significado convencional e evidente, às quais se dá uma conotação especial. Através dos símbolos contidos nas artes, a expressão constitui uma segunda linguagem, onde a fala do inconsciente completa a linguagem da razão.  Esses símbolos devem ser compreendidos dentro da faixa etária, do estágio de desenvolvimento em que se encontra e dentro de sua capacidade operatória

As fantasias buscam uma organização formal recorrendo, sempre que necessário, à memória ou à imaginação. Ao reviver ou relembrar essas sensações e percepções no “fazer artístico”, o espírito criativo do sujeito pode se aventurar por outros caminhos, expressando um mundo de sentimentos que é só seu, retratando prazeres, dores, instintos, conflitos, pensamentos e emoções que povoam seu mundo interior.
Dessa maneira, as fantasias, os contrastes e as oposições funcionam como “um escudo protetor” permitindo que a criança expresse seus sentimentos e pensamentos sem correr riscos. Por isso, ocultam alguns detalhes ou colocam suas próprias vivências em outro personagem. Portanto, fantasiar é essencial no processo de vida das crianças.
Dizemos que a produção artística fica impregnada “da jeito de ser” do seu criador. Ao produzir artisticamente, a única preocupação da criança é a necessidade de expressar. Lowenfeld (1970) noS lembra que “cada uma das produções artísticas das crianças está repleta de subjetividade, de conhecimentos e de experiências que são lembradas ou recriadas”.

Arno Stern  declara ainda que “cada produção da criança é um espelho”. Espelho que não reflete apenas as aparências, mas que “filtra das aparências, a face interior da criança”, ou seja, a face do seu psiquismo”. Por isso, não há erros numa composição artística infantil. Simplesmente há comunicação.

Por todas estas razões, não basta olharmos apenas um único desenho. Mas, uma série deles. Além disto, há também as histórias orais ou por escrito que as crianças contam e que são levadas em conta no momento da análise dos dados. Só então podemos ter uma idéia do que se passa com a criança.

Os trabalhos que mostro nesta postagem foram o resultado de alguns meses de trabalho, fazendo com que a criança tivesse confiança de se abrir e conseguir falar sobre os problemas que estavam enfrentando.
CONFUSÃO - criança de 9 anos

ÓDIO - criança de 12 anos

DESPREZO - criança de 10 anos

SOLIDÃO E MEDO - criança de 10 anos

ÓDIO E CULPA - criança de 10 anos
Fonte:
OAKLANDER, Violet,"DESCOBRINDO A CRIANÇA", Summus, 1980
JUNG, Carl Gustav. "O ESPÍRITO NA ARTE E NA CIÊNCIA"ed Vozes, 2001
STERN, Arno. EXPRESSÃO.  PORTO,  s.d.

domingo, 28 de agosto de 2011

PINTURA COM ESCOVA DE DENTE

Alô pessoal!


Esta é uma técnica de pintura que surpreende qualquer criança. Elas acham que só  se pode  pintar usando pincel. Esta técnica desmistifica essa ideia e elas se divertem. Mas, ela é feita por etapas.
Primeiro, ensina-se a técnica que é simples: molhar a escova 
na tinta e sair pintando o papel através de batidinhas. 

Depois, ensina-se a "varrer" a tinta com a escova. 

Em terceiro lugar, tenta-se fazer uma paisagem, utilizando-se as duas técnicas aprendidas.

Este tipo de pintura trabalha a coordenação motora fina, a imaginação, a abstração e desenvolve a criatividade. Pode ainda, dar início a atividades de Língua Portuguesa como nomeações, formação de frases sobre a figura e histórias orais ou escritas sobre a figura ali representada. 

O importante é que não se dê uma atividade artística para "matar o tempo vago".  As crianças percebem e não valorizam essas atividades como deveríam, considerando-a como algo sem valor. Para ser valorizada é preciso que se trate com seriedade (como outra disciplina qualquer) ou que esteja vinculada a outra disciplina.


Aí está a sugestão de hoje. Agora é colocar a criatividade para funcionar.
BOA ATIVIDADE!.