quinta-feira, 19 de maio de 2011

SINDROME DE DOWN

A Síndrome de Down é causada por um erro genético que ocorre no cromossomo 21. Nesse cromossomo aparece um outro braço, que pode ser total ou parcial. Foi John Langdon Down, um médicos inglês, quem descobriu esse erro e Jerôme Leisume quem descobriu e descreveu o terceiro braço do cromossomo.


A Síndrome de Down se caracteriza pelo estigma que se estampa na face e que pode ser detectada logo após o nascimento. Sua incidência é considerada alta, pois ocorre 1 a cada 660 nascimentos. Sabe-se que esse erro genético pode estar presente em pessoas normais e que pode ser facilmente descoberto porque essas pessoas possuem uma única prega nas mãos em vez de duas.

Além das características faciais (olhos amendoados,  fissuras palpebrais oblíquas,pontos brancos na íris, nariz achatado e língua protusa), os portadores da Síndrome de Down possuem ainda: pescoço curto, uma única prega palmar transversal, dedos curtos, grande flexibilidade nas articulações devido a hipotoniz, abertura maior entre o primeiro e o segundo dedo do pé. A maioria possui um retardo mental que varia de leve a moderado. Os casos mais graves são do tipo mosaico. 


Os portadores dessa síndrome podem ter outras sérias anomalias que afetam várias partes do corpo. Uma anomalia freqüente é a hidrocefalia, que reduz o peso e o tamanho do cérebro. Estão sujeitos a problemas cardíacos, problemas visuais (miopia, astigmatismo, estrabismo, cataratas congênitas, glaucoma) e na audição (otites serosas e defeitos da condução neurosensorial), afecção do foro gastroenterológico, fístulas traqueo-esofágicas, hipotireoidismo, convulsões, baixa imunidade por hipertorfia dos adenóides e das amigdalas, falta de tônus muscular e apneia de sono obstrutiva

Como tratamento encontram-se: a estimulação precoce, controle dos problemas comuns, ambiente familiar estável e estimulador.

As aprendizagens podem ser afetadas por doenças infecciosas recorrentes e deficiências motoras. As pessoas com Síndrome de Down encontram dificuldade em compreender e interpretar testos lidos, em juntar, memorizar e expressar o que sabem e se adaptar ás novas situações. Todo aprendizado deve ter bases concretas e instruções visuais para que possam assimilar com maior facilidade. Essa pessoas apresentam limitações, mas podem obter bons  resultados (inesperados também) dependendo do empenho de pais, professores e terapeutas. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CRIANÇAS QUE LÊEM O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO

Muitos pais e professores ficam inconformados quando pedem que a criança leia, por exemplo a palavra  “CAMA” e a criança lê: “CASA”. Vamos entender o que acontece.
No inicio da alfabetização, tudo é novidade para a criança. Novidade porque ela passa por processos cognitivos que não haviam entrado em ação anteriormente. Processos que, muitas vezes, precisam ser estruturados e organizados para que funcionem normalmente, dependendo dos estímulos, das oportunidades, experiências e vivências que a criança teve. Por isso mesmo, necessitam de uma sistematização. Aprender a ler e a escrever é uma convenção social e, portanto, requer aprendizagem.

Até o inicio da alfabetização, a criança se valia da audição e da memória auditiva em suas aprendizagens. Mas, a leitura requer uma série de habilidades, como as de percepção, memória, cinestesia,e resolução de problemas.

Dentre as habilidades perceptivas, as visuais são imprescindíveis para a leitura. Por isso, não é suficiente ver o objeto. Mas, observar a forma, a posição e os detalhes. Isto é, ver o objeto como um todo.


 As letras possuem pequenas diferenças entre si. Vejam o C e o G; o E e o F; o M e o N; o p,o b, o q e o d, o U e o V. etc. Saber ver os detalhes, a forma e a posição das letras determina duas outras funções cerebrais importantes: a discriminação (ou seja, a distinção das diferenças entre o C ou G, por exemplo) e a identificação (saber qual é o C ou o G) Mas, não basta discriminar e identificar as letras. Precisa ainda observar a seqüência das letras existentes na palavra, a forma dessa seqüência e distingui-la e identificá-la entre outras, que possuem formas semelhantes.

Tudo o que a criança percebe visualmente fica guardado num cantinho do cérebro chamado “memória visual”. Temos uma memória para cada percepção: tátil, motora, gustativa, olfativa. Cada uma dessas memórias tem suas tarefas específicas, mas também trabalham em conjunto, ora completando alguma informação, ora auxiliando nas lembranças delas. E todas juntas, formam a memória geral ou de longa duração. Falaremos dela noutra ocasião.
Ler requer ainda habilidades motoras (cinestesia) dos músculos dos olhos e da boca (se a leitura for oral). Os olhos devem perceber a palavra como um todo e caminhar adiante para que toda a frase seja percebida e para que o cérebro tenha tempo suficiente para planejar a sequência de movimentos que a criança terá que realizar ao ler oralmente, ou a dos olhos, se ler silenciosamente. Deve ainda, saber solucionar problemas que eventualmente apareçam, como controlar a salivação, a respiração, voltar quando errar etc.

Todas estas tarefas, que são invisíveis por se realizarem no interior do cérebro, tendem a se tornarem automáticas. Mas, precisam de treino e de tempo para isso. No início da alfabetização ainda não é possível esse automatismo. Por isso, quando não distinguem ou não identificam a sílaba posterior utilizam um recurso da memória auditiva e falam uma palavra parecida que possui, mais ou menos, a forma da que estava sendo lida.
Pais e professores devem ter um pouco de paciência e não fazer deste engano um drama. Se a criança “inventar” uma outra palavra ao ler, basta pedir que ela observe melhor a palavra escrita.