sábado, 23 de abril de 2011

Didática para Deficientes Intelectuais na Sala de Aula

Os métodos que existem precisam de cursos e treinamentos como o Montessori, o TEACCH, o CURRICULO FUNCIONAL, o ABA dentre outros. Ou são extritamente reservados e de competência de outros profissionais como o BOBATH, por exemplo.
Portanto, para vocês, pais que querem auxiliar seus filhos na aprendizagem escolar, e para vocês, professores que se deparam com alunos com deficiência intelectual e que não é um especialista em outra área, é preciso saber que não existem receitas prontas. 

Cada deficiente tem um problema que deve ser considerado, uma personalidade e um jeito próprio de ser, de sentir, de agir e de reagir, agravado ou não pelas complicações provenientes de alguma síndrome.

O que posso passar para vocês, professores, é a minha experiência pessoal. Do que aprendi nos cursos que fiz, no que tenho lido e pesquisado e no trato com pessoas deficientes.

A primeira coisa a fazer é observar o que você sente por aquela pessoa. Nojo? Medo? Indiferença? Repulsa? Estes sentimentos são de certa forma normais devido aos nossos preconceitos. Se sentir isto, passe a criança para outra turma, porque não dará conta do recado. Trabalhe de forma a perder esses preconceitos antes de trabalhar com ela ou com outro (s).  Posso afirmar que é muito gratificante.

Em segundo lugar, conheça alguns mitos sobre as deficiências:
  • Todos aprendem da mesma maneira -  isto é  mito e serve para todos, com ou sem deficiência. Cada um tem uma facilidade mais acentuada para aprender melhor e mais rápido, que pode ser a visão, a audição, realizando alguma coisa, ou duas ou tres dessas facilidades juntas. Os deficientes não são diferentes nesta questão.
  • Todos tem que raciocinar da mesma forma - observando-se crianças sem deficiência resolvendo um problema prático, podemos perceber que nem todas pensam do mesmo jeito e nem seguem a mesma sequência de ação, embora cheguem a um resultado semelhante. Com os deficientes é a mesma coisa. Uns mais lentos que outros, Uns vão por um caminho, outros,vão por caminhos diferentes. mas todos encontram uma solução, viável ou não.
  • Deficiente não aprende - É mito. Dependendo da gravidade da deficiência, uns podem se alfabetizar, outros, não. Para isto, precisamos mudar o conceito que temos de "aprender". Nós, professores, costumamos relacionar "aprender" com as disciplinas escolares. Mas, aprender é muito mais que isso. Uma criança não come sozinha e passa a comer, não senta e passa a sentar, ela não aprendeu? Pode ser que a criança deficiente não aprenda as lições que a escola ou você querem, mas se ela aprender a se relacionar com os amigos, já é uma vitória. com os deficientes, cada pequena conquista é um grande feito, um passo gigantesco.

  • Qualquer coisa que a mantenha ocupada está bom - Mito. Nem mesmo as crianças sem deficiência admitem isso. Por que os deficientes têm que se sujeitar? Quando percebem que estão sendo tratados dessa maneira eles reagem e com razão. O essencial é planejar, estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas a curto, médio e longo prazo de acordo com as possibilidades de cada um.
Para planejar uma atividade, levantar objetivos e metas é preciso observar a criança deficiente e saber do que ela é capaz. Muitos professores colocam os deficientes longe de si. Faça o contrário, coloque-o perto de você, Assim, será mais fácil observar. 

Nessa observação, verifique o que ele pode ou não pode fazer. Ex. Se ele não mexe um braço, estimule o outro. Se ele não consegue segurar o lápis porque é fino demais, engrosse-o com EVA ou com outro material maleável. Se ele não enxerga por ter baixa visão, estimule a audição. Se ele não escreve mais fala, trabalhe a oralidade. E assim por diante, aproveitando o que ele sabe fazer melhor.

Todo deficiente intelectual necessita de muita repetição até que consiga fazer sozinho. Mas, essa repetição não pode cair na mesmice, porque ele não sente que está progredindo. Varie de tempos em tempos. Ex; o treino de traçado do "A" de forma. Se você der a ela 500 folhas de A sempre da mesma forma, ela se cansará e desistirá. Escrever o A em tracinhos, quadradinhos, florzinhas, bichinhos, em palavras, etc, acrescidos de um desafio como "Vamos agora para um mais difícil" fará com que perceba que pode progredir.

Se a criança memorizou o som da letra A (por ex) mas, não sabe ou não consegue  escrever, pode apontar, pintar, recortar, colar, separar. Atividades não faltam. desse jeito, podem trabalhar até mesmo a gramática, pondo juntas ou separadas figuras masculinas e femininas, o pequeno e o grande, o singular e o plural.

Os deficientes intelectuais ou os que tem outros problemas cognitivos possuem dificuldade de compreensão. Portanto, use um vocabulário simplificado com eles. Use materiais concretos o mais que puder. O mesmo se dá com Matemática, História, Geografia, Ciências. Com relação a estas disciplinas, não adianta dar muitas explicações. Eles se confundem e não compreendem. Mostre concretamente o que quer, seja ao vivo (quando é possível) ou por meio de figuras. Ex: partes da planta. Trabalhe só isso. Ajude no início. Aos poucos, vá soltando, até que ela consiga realizar a tarefa sozinho. Passe, então, para outro assunto. 

Numa classe lotada e com um ou mais deficientes, atenda-os primeiro. Levarão mais tempo para realizar as tarefas. enquanto isso, você cuidará dos outros. E quando tiver um tempinho, ajude-o ou mude de tarefa.

Testar e tentar são as palavras chave. Nunca espere perfeição e tenha muita paciência. Muitas vezes, depois de tanto trabalho, de tudo parecer que não dá certo,  e aí, vem uma hora em que você vê os progressos surgindo.

Quem lida com deficientes jamais pode perder 3 coisas: a paciência, a perseverança e a crença de que um dia seu trabalho aparecerá.

Muitas pessoas me perguntam qual o método de ensino que uso. E respondo: Todos e nenhum. Isto porque depende de como a criança aprende, daquale que ela consegue aprender mais rápido e melhor. Essa questão de decidir entre este e aquele, deixo para a escola e para os professores.

Quem tiver dúvidas, problemas com alunos deficientes e quiser ajuda, basta me mandar um e-mail para o contato no cabeçalho do blog, informar a idade, o sexo e a série ou ano que está cursando e que ajudarei com todo o prazer.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

COM SUA LICENÇA ...

Desviando um pouco da linha de assuntos, mas que no fundo, tem muito a ver com educação, peço a permissão e a compreensão de todos para inserir um assunto que considero ser de fundamental importância,

Completam-se hoje, 511 anos do descobrimento do Brasil. Sou brasileira e com muito orgulho. E é, por conta desse orgulho verde-amarelo, que não posso ficar calada. Me permito, com vossa licença, colocar um ponto para reflexão, já que a ideia fundamental deste blog é a de fazer pensar.

Há dias atrás, houve nas escolas, a comemoração do “Dia do Índio”. Uma comemoração justa dada a colaboração dessa gente para a formação do povo brasileiro.
Porém. o que é que se faz... Dá-se para a criança pintar desenhos de índios em frente a tendas (e não ocas) dos nativos da América do Norte. Enfeitamos as crianças com listas coloridas no rosto, como se estivessem em pé de guerra. Colocamos cocares em suas cabeças, como se vivessem em festa.. Cantamos músicas sobre os índios nas matas, sobre a caça e a pesca como se fizessem só isso. 
Quando falamos sobre eles com nossas crianças, falamos de um povo com uma cultura distante e desvinculada da realidade, passando a elas a imagem de um povo que merece nossa compaixão e não o nosso respeito.

Será que é disso que os índios precisam? 


Por que não dizemos que apenas uma pequena parte (0,2% da população brasileira) dos índios vive na mata e que a grande maioria dos 650.000 índios brasileiros vivem nos grandes centros, estudando e trabalhando para terem uma vida melhor? 


Por que não dizemos que eles, assim como nós, buscam um espaço de merecido respeito? Por que esquecemos de falar sobre sua maravilhosa cultura que encanta o mundo? Por que esquecemos de falar sobre seu artesanato que é valorizado e reconhecido internacionalmente? 

Por que não falamos da beleza singela de sua gente? 
Por que não dizemos às nossas crianças, que o trabalho dos índios nas matas equivale ao trabalho dos nossos operários rurais?

Por que não dizemos que as crianças e jovens índios que vivem nas matas, tambem estudam em escolas e que aprendem,  a Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências, no dialeto de sua tribo? 

Por que insistimos em passar uma imagem de gente preguiçosa e ociosa como se fez no passado?
Por que insistimos em alimentar um preconceito que só resulta em matanças e invasões das poucas terras que lhes restou ?

Estamos em 2011 e está mais do que na hora de revermos os nossos conceitos.


AGRADECIMENTOS:

ao site Cola da Web, pelas informações e foto  

ao blog Engenheiro, pelas  fotos  

terça-feira, 19 de abril de 2011

OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS E AS APRENDIZAGENS

O cérebro é o maior órgão de encéfalo. É também o grande dirigente e controlador de todas as funções corporais. Dependemos dele para tudo o que fazemos, principalmente para aprender a ler e a escrever. Vamos conhecer um pouco esse órgão.

O cérebro é a maior estrutura do encéfalo. Por ser grande demais e compartilhar espaço com o cerebelo, o bulbo e o tronco encefálico, ele se aloja na caixa craniana de forma enrugada. Algumas dessas rugas são profundas e são chamadas de fissuras ou sulcos. Outras, são mais rasas e são chamadas de girus. As fissuras ou sulcos delimitam as áreas cerebrais e suas funções: área motora, cognitiva, sensorial etc.

O cérebro está dividido em duas metades chamadas hemisférios. O hemisfério direito, comanda o lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério esquerdo, mais racional, comanda o lado direito.

Saber sobre esses hemisférios é importante porque as aprendizagens dependem de seu funcionamento. O hemisfério direito está mais ligado com o sensorial, com os sentidos. É através desse hemisfério que as crianças começam suas aprendizagens. Brincar, por exemplo, atua nesse lado do cérebro.

Ao nascer o bebê apresenta apenas as condições de funcionamento cerebral, mas ainda não se formaram as estruturas que desenvolverão sua inteligência. A medida que olha, ouve, sente, pega, segura, atira, etc vão se formando as estruturas que se desenvolverá e se transformará em inteligência.

Eu comparo essas estruturas a um cordão de contas, semelhante a um colar. Cada conta representa uma aprendizagem. Com a repetição dos estímulos e dos movimentos que a criança faz essas contas são completadas com novas informações ou, se for um estímulo novo, uma outra conta é criada e acrescentada ao cordão. Mais tarde, este lado cerebral fica mais sensível e se liga às artes, aos esportes e ás emoções.

Com o início da fala, que exige funções mais sofisticadas, o hemisfério esquerdo assume o comando. Nesse lado cerebral existem zonas específicas da linguagem e da compreensão do que é dito, e mais tarde, ao que é lido e escrito. Isto não significa que o outro lado não se desenvolve, ao contrário, ele se especializa num outro setor e troca informações com o hemisfério esquerdo o tempo todo.

Os hemisférios também são determinantes na questão do lado dominante do corpo, ou seja, determina que lado do corpo os movimentos serão mais precisos e adequados. é o que chamamos de lateralidade. Se utilizar mais o lado direito será destro, se for o esquerdo, será canhoto. È por ser uma questão de determinação cerebral que não se pode obrigar que um canhoto utilize a mão direita. Obrigar, contraria essa determinação e cria problemas físicos e psicológicos na criança.

 Ser canhoto não é mau. E descobrir a lateralidade de alguém é muito facil. Ofereça algum objeto para que ela segure e observe qual mão ela usa primeiro: a esquerda (se for canhot0) ou a direita (se for destro).

A lateralidade deve estar definida até os 3 anos de idade, com uma margem de tolerância de 6 meses. Até lá, a criança utiliza as duas mãos indiscriminadamente e com a mesma habilidade. Após os três anos e meio, se a criança não definiu sua lateralidade é preciso consultar um especialista para verificar o que está acontecendo.

Aguardem. Tem mais.

domingo, 17 de abril de 2011

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Ler é de grande importância para a vida de qualquer pessoa.Através da leitura, as pessoas entram em contato com o padrão culto da linguagem e ampliam o vocabulário, melhoram a maneira de se expressarem, se informam a respeito de fatos do cotidiano e do mundo científico e com isto, ampliam seus saberes. É, portanto, por meio da leitura que as pessoas modificam suas vidas, num sentido bem mais amplo que o vocábulo encerra, pois por ela, os indivíduos podem conhecer e praticar seus direitos e deveres de cidadão. A leitura permite, ainda, exercitar as fantasias, a imaginação, a reflexão, a discussão e a troca de idéias.

A leitura é essencial para a escrita. Bons leitores produzem textos melhores, mais criativos, mais coesos, com mais assuntos para discorrer. Bons leitores criam e recriam maneiras novas de expressar seus pensamentos.

Antigamente, a leitura era um meio de tomar conhecimento de uma mensagem. Nos dias de hoje, é uma necessidade. Pesquisas revelam sua contribuição para o desenvolvimento intelectual, pois envolve intensa comunicação entre os hemisférios cerebrais e as zonas cerebrais envolvidas. As pesquisas ainda falam de processos e um deles é o de transformar símbolos gráficos em conceitos e significados, o que contribui para o desenvolvimento intelectual que envolve dois processos simultâneos: o processo cognitivo e o processo de linguagem.

É a repetição que gera a automatização, como um treinamento cognitivo que confronta lembranças e percepções anteriores e antecipa resultados tendo por base a compreensão do texto lido anteriormente. É por meio de um esforço intelectual e da vontade que a leitura fica cada vez melhor e mais fluente. Uma boa leitura é resultado da capacidade de apreender o todo, indo além das partes.Apreender o todo é perceber o contexto.