quarta-feira, 6 de abril de 2011

PRETO NO BRANCO

Algumas palavras da Lingua Portuguesa possuem vários significados. Uma delas é a palavra "contrário", utilizada nas séries iniciais para o ensino dos "antônimos".

É por causa desses vários significados que as crianças ficam confusas, porque ainda estão na fase do concreto e do literal. Assim, dependendo de suas vivencias e das suas experiências, a criança significa de um jeito, enquanto a professora significa de outro. Por exemplo; a professora diz: -"Fulana, seu livro está ao contrário".  (referindo-se ao livro que está de cabeça para baixo). Ou então, a mãe ensina: - Segure o garfo ao contrário (referência a um outro modo de pegar o garfo).

É devido a estas confusões de significação que algumas crianças, por mais que se explique, parece não entender que contrário também se refere a ir de um pólo a outro, ou seja, são opostos ao extremo. E que tal tornar essa aprendizagem concreta, mostrando estas polaridades na prática?

Como fazer isso? Fácil!

Recorte formas irregulares em papel preto. Recorte bastante e coloque tudo dentro de uma caixa. Antes de começar a explicação dos "contrários", distribua uma folha branca e um punhado dessas formas para os alunos. Proponha que criem algo com as formas recebidas. Permita que troquem de forma, se for necessário, encontrando na caixa a forma mais conveniente. Mas, só se não der mesmo. 

Vejam alguns resultados que consegui com esse trabalho:



Depois, converse com a turma e peça que contem o que fizeram e porque, sobre a impressão que estas cores trazem e vá dirigindo o assunto para os extremos. Eles entendem mais facilmente dessa forma. Comigo deu certo. Tente você também, e me conte os resultados.

Beijos a todos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E INCLUSÃO

Estamos vivenciando um momento histórico na vida da humanidade. A globalização está atingindo todas as sociedades e influenciando todos os seus setores. Isto está ocorrendo porque as sociedades estão mudando e as mudanças estão cada vez mais rápidas.

Uma dessas mudanças é a forma como se concebe o mundo atual e a visão do próprio homem. Com essa nova forma de se conceber o homem, as minorias passaram a ter mais visibilidade,  a reclamar o devido respeito, e a exigir seus direitos Essa nova forma de se olhar, entender, aceitar e conviver com as diferenças trouxe novos valores que  já entrou em vigor há uma década.

É um momento importante, mas também bastante complexo. Embora as mudanças já ocorreram e, ninguém é mais como era, nem pensa mais como se pensava antigamente, boa parcela da população mundial ainda não se deu conta disso e ainda resiste.

Para cumprir acordos internacionais, os governos criaram ou modificaram sua legislação, surgindo a Educação Inclusiva e obrigando a todos a aprender a lidar com as diferenças.

A  escola, seja ela pública ou privada, por sua própria função de transmissor e propagador da cultura, é um dos setores da sociedade que mais resiste a essas mudanças. E por isso mesmo, enfrenta problemas em lidar com a educação inclusiva

Com um discurso contemporâneo, mas com práticas tradicionais, a escola procura manter a igualdade a todo custo. Privilegia o coltivo em detrimento do individual. É conteudista e, embora alardeie a tecnologia de ponta, impede que os alunos a utilizem. O resultado é a discriminação, o preceito e a desvalorização do humano, levando ao fracasso milhares de crianças e adolescentes normais por sua condição étnica, sócio-econômica, sua crença religiosa, política etc.

Com a questão da educação inclusiva não é diferente. Em primeiro lugar, a escola ainda confunde integrar com incluir. A escola acredita que permitindo que deficientes façam parte do seu corpo discente já está incluindo. Isto, na verdade é integrar. Incluir é mais abrangente. É fazer algo por esses deficientes, ao mesmo tempo  em que o faz conviver e compartilhar saberes com a turma, respeitando-se as suas limitações. Não é raro ouvir que as crianças deficientes deveriam freqüentar escolas especiais, já extintas pelos governos.


Em segundo lugar, querendo manter a igualdade, a escola ainda exige que os deficientes intelectuais apresentem a mesma produtividade e o mesmo rendimento que seus colegas normais. Não é raro encontrar-se nas escolas, crianças e jovens deficientes que fazem provas e trabalhos iguais a de seus colegas. Não é raro também, encontrar discursos como os de que: “se der uma atividade ou uma prova diferenciada a um deficiente, a escola estará discriminando esse aluno”. 

Se isso é discriminar, que nome se dará a estes outros discursos” Fulano (com necessidades educativas especiais) tirou notas abaixo da média porque:
a)    “não acompanha o ritmo dos conteúdos” (geralmente, passados de forma acelerada e com muitas informações ao mesmo tempo);
b)     “porque não assimila os conteúdos” (quer dizer, na mesma velocidade que os demais);
c)    “porque é lento demais e não dá conta das tarefas” (sendo que o fulano tem dificuldades motoras)?

Se oferecer uma atividade diferenciada e provas sobre o que foi trabalhado com ele é discriminação, que nome se dará para as constantes mensagens (explícitas ou implícitas) de que ele é um eterno incapaz ao dizer suas notas em alto e bom som para que todos ouçam?

Se atender suas necessidades educativas especiais é desrespeito aos colegas normais, que nome se dará ao querer que um cego veja, que um surdo ouça, que um paraplégico ande, que um deficiente intelectual compreenda?

domingo, 3 de abril de 2011

O QUE É UMA SÍNDROME?

Syndromé é uma palavra de origem grega que significa a "ação de concorrer". Concorrer, por sua vez, significa "correr com", "correr junto", "acompanhar".


Usada na Medicina, a palavra síndrome significa um conjunto de sinais ou sintomas que aparecem e acompanham uma doença principal. No entanto, esses sinais ou sintomas nada tem a ver  com essa doença. São chamadas de "comorbidades".


Assim acontece com a deficiência intelectual. Ela pode ser o "agente" (fator principal e apresentar uma série de outros sintomas que caminham paralelamente a ela, como os transtornos visuais ou auditivos, problemas no falar, motores, alergias, problemas respiratórios, etc.


Outras outras vezes, a deficiência intelectual é um sintoma, ou seja, acompanha um outro agente, como por exemplo, na Síndrome de Down, na Síndrome de Prader-Willi, na Síndrome do X Frágil, na Síndrome de Marfan, e em outras.


Todas essas questões fazem com que a deficiência intelectual seja muito complexa e difícil determinar a ou as causas. Muitas vezes, o diagnóstico não é fechado até que apareça um outro fato ou um outro sintoma que mostre a origem da deficiência. Se não aparecer, o diagnóstco jámais será fechado.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

CARIMBAGEM

Carimbar é uma atividade muito gostosa. As lojas de comércio estão repletas desse tipo de brinquedo. Existem carimbos de animais, de letras, de histórias, de personagens de quadrinhos, de fadas. princesas etc.

Mas, o gostoso mesmo é carimbar com o que aparece à nossa frente. E aí vira uma festa. São tantas as descobertas que se faz! Estas são com legumes. Um pedacinho de couve-flor logo vira uma árvore. A cenoura vira flor. Com pimentões partidos ao meio surgem flores originais. O legal é que podemos usar o que quisermos. 

E as cores? Ora, um pouco de tinta guache resolve o problema. Agora, é só conferir os resultados.


                                                   


Este tipo de atividade deixa as criança boquiabertas. E então, querem experimentar tudo. E com essa curiosidade toda vão desenvolvendo a criatividade, vão aprendendo a compor cenários interessantes, vão aprendendo a solucionar os problemas que aparecem como borrões ou figuras não tão perfeitas. vão criando habilidades porque fazem uso do sensorial ao mesmo tempo em que adquirem as capacidades como a de construir uma cena, de sentir-se capaz de pintar, de melhorar a comunicação, de melhorar a oralidade, de perguntar e de responder etc. Enfim, tornam-se capazes de pensar.

Depois de prontas, as pinturas servem para uma série de outras atividades, como produção de textos orais e escritos na disciplina de Lingua Portuguesa e uma série de problemas envolvendo o nome dos legumes que passaram a conhecer.

A idéia está dada. Agora, é só colocar a mão na massa e deixar rolar a criatividade.