sábado, 26 de março de 2011

QUEBRA-CABEÇAS

Brincar de montar Quebra-Cabeças é uma delícia. As crianças se empolgam com essa atividade. E é nessa empolgação de um jogo fácil, que ele se torna um grande organizador das funções cerebrais. Os Quebra-Cabeças ajudam a manter a atenção e a concentração, a trabalhar a noção de espaço, o todo e as partes, ensina as noções de analise e síntese, mas principalmente, força a criança a prestar atenção nos detalhes.

Os Quebra-Cabeças industrializados são coloridos, apresentam figuras interessantes e bem ao gosto da garotada. Apresentam, ainda, uma graduação de dificuldades  através do número de peças. Mas, se seus alunos precisam realmente prestar atenção a detalhes, o melhor mesmo é confeccioná-los você mesmo. Procure uma figura interessante em preto e branco, e recorte em número de peças adequadas á idade e á compreensão dos alunos. Cole aleatóriamente em uma folha de papel branco e tire xerox  para todos  os alunos. Eles devem recortar, montar, colar. Depois de pronto, podem colorir. Como estes:

A falta de cor obriga as crianças a prestarem atenção aos detalhes, pois a cor serve como guia.. 

Obs. se as crianças  forem da Educação Infantil, é melhor que a figura seja colorida e com poucas peças. Comece com 2 ou 3 peças e vá aumentando lentamente.


Depois de montados e coloridos, os Quebra-Cabeças ainda servem para nomear figuras (Alfabetização), para a formação de frases e pequenos textos orais (séries iniciais) e para produções de textos mais elaborados (do 4º ano para a frente).

sexta-feira, 25 de março de 2011

A ESCOLA E A ALFABETIZAÇÃO

Há mais de quatro décadas que as estatísticas mostram que 50% das crianças que ingressam no 1º ano do Ensino Fundamental não conseguem se alfabetizar. Muitos estudos têm sido realizados na tentativa de se detectar as causas desse fracasso. Ora afirmam que o problema está nos alunos, ora na precária capacitação dos professores, ora nos métodos e meios alfabetizadores e, recentemente, tem sido questionada a validade do código escrito. Mas, nenhuma resposta ainda foi encontrada.

A escola tem como função fazer a criança se apropriar do código escrito (letras) e adquirir as habilidades da leitura e da escrita. Em outras palavras, fazer com que o sujeito adquira a mecânica da língua escrita, transformando sons em símbolos (escrita) e os símbolos em sons (leitura). Mas, ao desempenhar essa função, preocupada com a norma culta, confunde dois processos diferentes e importantes, mas que um depende do outro. São eles: o processo de aquisição da língua e o processo de desenvolvimento da língua materna.

O processo de desenvolvimento da língua materna (oral ou escrito) é aquele que perdura a vida inteira e não tem interrupções. É aprendido no convívio e na relação com a família, com os grupos sociais a que pertence e com a própria sociedade. Estamos sempre aprendendo algo novo.

O processo de definição destes processos determina o conceito do que é alfabetização para a escola e seus agentes. No processo de desenvolvimento da língua, ler e escrever estão ligados com os significados, como um processo de representação, que visa a comunicação e a aquisição do conhecimento, enquanto no processo de aquisição da língua, ler e escrever decorre da aprendizagem das letras do alfabeto.

Esses processos também definem os rumos que a escola deve tomar, pois dependendo do conceito que a escola tem de alfabetização, escolherá os métodos, os materiais, os meios e determinará a ação dos professores. Por exemplo, o método fônico enfatiza o desenvolvimento da língua e o método global (analítico ou sintético) a aquisição da língua.

A escola sempre valorizou o padrão culto da língua escrita e continua valorizando. Por seu julgamento de valor, censura a língua oral espontânea, Segundo Magda Soares (1984), a criança que não lê, ou que não escreve de acordo com esse padrão, é discriminada..


A alfabetização é um processo complexo e plural onde estão envolvidos múltiplos enfoques e diferentes contextos culturais.  Ainda mais num país como o nosso. Um país muito grande e com culturas regionais diferentes, sem contar que milhares de crianças residem na zona urbana ou na zona rural, e  todas apresentam uma especificidade no falar e no escrever. Mas, a escola esquece e ajuda a aumentar o preconceito e a discriminação de crianças e de suas famílias por terem sido aculturados, nesta ou naquela região ou localidade, atribuindo a elas qualificações pejorativas como as de “déficit linguístico” ou “déficit cultural”. 

A alfabetização ainda se acha envolvida com outras facetas: as psicológicas, as psicolinguÍsticas, as sociolingüísticas, as lingüísticas, as neuropsicológicas, as neurolínguísticas etc. E cada faceta está ligada a outros processos, o que a torna  cada vez mais complexa. Mas, a simples compreensão destas facetas,  não elimina o fracasso.

Magda Soares (1984) afirma que falta uma teoria própria da Alfabetização. Uma teoria que direcione a ação, que estruture o processo, que organize a prática e reúna dados coerentes que sirvam para a análise de diversas áreas do conhecimento, além de integrar e esclarecer cada um dos elementos desse processo. Apesar da sugestão de Soares feita a 24 anos atrás,  essa teoria ainda não existe. 


Quantas crianças  precisarão enfrentar o fracasso da alfabetização para que se faça alguma coisa?




Baseado no texto de Magda BecKer Soares, apresentado no XVI Seminãrio da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), em Porto Alegre, novembro de 1987

quarta-feira, 23 de março de 2011

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE AS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

O parto é um momento delicado para o bebê. As causas peri-natais são aquelas que acontecem justamente durante esse momento. As  condições maternas de saúde também são importantes. O diabetes, a eclampsia e a anemia causam partos demorados e sofrimento fetal, com grandes possibilidades de anóxia (falta de oxigenação cerebral) que, por sua vez, causa  lesões encefálicas..

Outros fatores podem estar presentes.  Veja no filme alguns problemas que podem acontecer:



O filme mostra alguns problemas: o primeiro, ao ser expulso do ventre materno, por estar mal encaixado, bate com o pescoço no osso pélvico, podendo lesionar a base crânio, danificando o tronco encefálico ou causando uma lesão periférica no cerebelo. Depois mostra que, ao ser tracionado durante a expulsão, os nervos aferentes (que levam informações ao cérebro) ou eferentes (que trazem respostas do cérebro) podem ser lesionados, rompidos ou descolados do tronco encefálico. Terceiro, pode se sufocar com a pele que forma a bolsa. Isto sem falar do cordão umbilical que pode se enrolar no pescoço do bebê.

Já as causas pós-natais, referem-se a ocorrências traumáticas que podem ocorrer durante a vida, como quedas ou acidentes que traumatizam o cérebro ou outros órgãos do encéfalo..Estes, podem acontecer em qualquer idade ou etapa da vida.

Dependendo da gravidade da lesão e da parte atingida, a deficiência pode ser classificada como leve, moderada, grave ou severa (profunda).  

Com relação à capacidade de realizar aprendizagens, ou seja, segundo o grau de adaptabilidade desses sujeitos, podem ser classificados como treináveis ( capazes de realizar aprendizagens básicas),  educáveis (que podem receber educação escolar) e dependentes (são portadores de limitações grave ou profunda). 

Dicas para a sala de aula:
Se você tem um deficiente intelectual na sala de aula, é porque ele é capaz de aprender. No entanto, é preciso compreender que o tempo dessa aprendizagem é diferente do restante da turma. Os deficientes intelectuais precisam de uma aprendizagem passo a passo, e com muita repetição em cada um. Ele precisa dominar um passo primeiro para adquirir outro. De tempos em tempos, deve-se revisar os passos aprendidos para que a sequência se fixe na memória.

Para lidar com deficientes intelectuais é preciso compreender que não adianta muitas informações de uma vez. Eles não memorizam. 

A maioria dos deficientes intelectuais apresenta carência de imagens mentais. Por isso, é preciso que os conteúdos apresentados necessitam ter muitas imagens (de preferência, bastante coloridas) para tornar esses conteúdos, o mais concretos possíveis.

terça-feira, 22 de março de 2011

PAPÉIS DE CARTA

Escrever é uma atividade que os alunos de hoje não gostam. Para eles, quanto menos, melhor. Que tal dar um incentivo?

A sugestão... papel de carta, decorado pelos próprios alunos. 

São fáceis de fazer, não custam nada, são artísticos e de quebra, as crianças e jovens aprendem uma porção de coisas legais. Os que apresento aqui são florais, mas podem ter outros motivos. As crianças utilizaram a técnica de colagem de kirigamis feitos com fotos coloridas de revistas, de papel camurça (retalhos) e desenhos pintados com lápis de cor ou canetinha.





Agora, é só botar a mão na massa!