quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A CRIANÇA E SEUS DESENHOS (I)



 O desenho se desenvolve lentamente e por meio de etapas progressivas. Esse processo tem início com a manipulação dos objetos do ambiente em que a criança vive. Vendo os objetos, pegando-os, levando-os à boca, mordendo-os, ouvindo os sons que fazem ao cair no chão, a criança vai assimilando um certo número de informações a respeito deles. São informações visuais, auditivas e táteis que desenvolvem o lado direito do cérebro.

Após sentar-se sem apoio, a criança descobre que pode deixar suas marcas, ao brincar com uma  poça de água no chão.

1- AS GARATUJAS OU FASE DO RABISCO

Alguns meses depois, já com um bom repertório de informações, seu interesse muda. Passa a agarrar lápis e canetas e a esfregá-los sobre qualquer superfície. É o início das garatujas. Como ainda não tem controle dos músculos dos braços e da mão, faz movimentos amplos de ir e voltar. Esta é a etapa das “garatujas desordenadas”. 



Com essas garatujas a criança alcança uma certa maturidade neurológica. Alguns meses depois, consegue fazer movimentos curtos e longos. A principio, casualmente e, por fim, se nota uma certa intenção. São as “garatujas ordenadas”.


Mais tarde, a criança faz um risco e diz que é o pai, a mãe, o cachorro ou outro objeto qualquer. É a fase das “garatujas nomeadas”, coincidindo com o inicio a fala.



A seguir, aparecem em seus rabiscos linhas arredondadas. Essas linhas se fecham por volta dos 2 anos e meio, quando a criança passa a fazer “bolinhas”. 


Fechar um circulo e começar outro, em outro lugar da folha, representa uma importante maturação neurológica. 



Essa maturaçao representa a conquista do chamado “freio inibitório”, isto é, significa que a criança já é capaz de controlar os músculos da mão e do braço, fator importante para a escrita. Com os círculos fechados, ela volta-se novamente para os traços, que agora ficam soltos ou se cruzam sobre outras linhas..

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A seguir começam a aparecer o "círculo radiado", ou seja, um circulo rodeado de vários traços mais ou menos retos. 


Esta fase se constitui numa preparação para o desenho da figura humana

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NA ESCOLA PELA PRIMEIRA VEZ.

"Carlinhos tem 3 anos. Diariamente, Carlinhos via crianças indo para a escola e queria ir também. Queria escrever, pintar, desenhar. Vendo o interesse do filho, a mãe resolveu matriculá-lo na escola.

Chega o dia marcado para o início das aulas. Carlinhos está eufórico. A mãe o apronta. De uniforme novinho em folha, merenda na lancheira e sacola com materiais na mão (e da qual não desgruda), lá vai ele.

Mas, no momento em que tem que se despedir da mãe e entrar, apronta o maior escândalo: chora, grita, berra, chuta, gruda e não desgruda. A mãe não sabe o que fazer. Morre de vergonha ao ver a atitude do filho. E diante daquele escândalo todo, resolve levá-lo de volta para casa". 

O que aconteceu com Carlinhos e com todo seu entusiasmo em ir para a escola?”


Aconteceu o que acontece para a maioria das crianças dessa idade. Chorar no primeiro dia é uma reação natural e esperada pela escola e pelas professoras. Geralmente, acontece com crianças que nunca se separaram da mãe. Desde o nascimento a mãe sempre está por perto. Essa proximidade traz um sentimento de segurança para a criança. No momento de entrar na escola, a criança se dá conta de que vai ficar longe dela por um tempo maior que o costumeiro. Essa conscientização gera na criança sentimentos de medo e angústia. Por isso, chora. Mas, ao perceber que é recebido com carinho, logo o choro passa e fica feliz.

Mais que as crianças, os pais devem se preparar para este “momento de separação”. Dizer para a criança, na porta da escola, que sentirá saudades dela, chorar, ficar grudada ao filho até a hora do sinal de entrada, carregar os materiais para ele, levá-lo até a porta da sala, fazer recomendações para a professora ou levá-lo de volta, só confirma os sentimentos que a criança tem naquele momento.

É preciso que os pais saibam que seu filho estará bem, nas mãos de profissionais competentes e habilitados para isso. Afinal, se colocou o filho numa determinada escola é porque confia nela e nos profissionais que  lá trabalham  .

"Lembre-se que a segurança e a confiança de seu filho só depende de sua atitude, mamãe".

DICAS E PORQUÊS

Se você quer levar os materiais e conversar com a professora, faça-o um dia  antes ou depois. No primeiro dia de aula haverá, com certeza, outras crianças chorando e a professora deverá atender a todas elas. 

Procure chegar na hora da entrada. Despeça-se da criança e saia logo. Lembre-se que, quanto mais tempo ficar, mais você estará alimentando o medo na criança.
Na porta da escola sempre haverá muitas pessoas que receberão seu filho e o encaminharão á sala certa. São profissionais preparados e acostumados a essa situação. 
Ser resolver mandar os materiais no primeiro dia, coloque uma pequena parte dele numa sacola e deixe a criança levá-lo e entrar com ele na sala. Ela se sentirá responsável pelo material e, com certeza, desperdiçará menos.
Se a criança tem um objeto de estimação (e do qual está apegada) como fralda, cobertor, chupeta, ursinho ou outro qualquer, mande junto com ele. Seu filho sentirá sua presença através desse objeto.


Não se preocupe se ele vai sentir saudades. Haverá tantas novidades que ele nem perceberá o tempo passar.


"Deixe seu filho descobrir sozinho os prazeres que
a escola traz. Com certeza, no futuro,
seu filho só lhe trará alegrias".